De esguelha, Hisoka viu o sangue dos covardes jorrando aos ares enquanto seus grunhidos de dor tomavam conta da doma. Cerca de sete dos prisioneiros haviam sido assassinados por um homem que portava duas katanas. A maneira como ele manejava aquelas espadas parecia familiar, mas o patife não conseguia construir uma imagem certeira à mente. Talvez alguns movimentos a mais e ele pudesse lembrar onde já a vira, porém tinha mais com o que lidar naquele instante.

– Ótimo! – Respondeu à dupla que ficara ao seu lado. Seu sorriso ainda brilhava no rosto empolgado, cujos olhos não tremiam diante dos inimigos à frente. Deles, duas mulheres pareceram tomar a linha de frente. A primeira, a loira, fez seu chakra cobrir o campo de batalha, tomando-o com uma neblina densa. O ar a sua volta parecia numa constante corrente de convecção, esquentando e arrefecendo ciclicamente, sendo esta a mecânica que parecia manter aquela forte bruma. Hummm... A segunda, a ruiva, por sua vez, preparou algo diante da garoa. Graças à cegueira, era difícil dizer do que se tratava exatamente. Hisoka apenas conseguia enxergar um clarão, que se aproximava mais e mais a cada segundo, tornando-se mais intenso. Ao mesmo tempo, um terceiro entrou na batalha, irrompendo a cerração com sua gigantesca espada, que, de tão grande, parecia carregar o ruço com seu deslocamento. O alvo, no entanto, não havia sido o patife, e sim os dois em sua retaguarda, que, ainda que tenham sido capazes de se defender, não pareciam dispor de força para aguentar outro daqueles.

– Não se preocupem! – Mantendo sua postura de combate, Hisoka falou com bravura, buscando acalmá-los naquele momento em que aparentavam estar muito preocupados com aquele estado de cegueira. Enquanto isso, o clarão de outrora se mostrou intenso como nunca e, pela primeira vez, a friagem não havia dado as caras. O que O Fantasma sentia era um calor intenso, ainda maior que o de costume. Fogo!? Teorizou. Era o mais óbvio, pela luz e pelo mormaço. Não havia motivos para crer que eram aqueles papéis bombas de mais cedo, pois não ouvira nenhuma explosão. Até então, tudo que escutava era o tilintar das espadas que gladiavam como nunca pelos arredores. – Meiton! Kisei Kuchi! – As mãos agiriam rápido na formação dos selos necessários, instantes antes de uma névoa cor de tição ganhar volume na destra. Então, como um buraco negro, ela sugaria não somente a bruma que os cegava, como também o jutsu flamejante que intentava abrasá-los. – Nham... Chakra de qualidade. – Sua língua deslizou pelo beiço inferior, simulando uma refeição apetitosa. Bem, sabores únicos que apenas usuários de Meiton podem degustar. – Mas... Estarei devolvendo ele para vocês! – Após os dizeres, Hisoka uniu os braços à frente do tórax, que foi estufado, canalizando sua energia, que pouco a pouco cobriu os membros com o elemento escuridão. – Mei... Ton! Kibishi Jajimento!!! – Então, após levar os braços para trás, os retornou de volta à vanguarda, liberando o chakra acumulado na forma de um dragão das trevas, cujo rugido, que estremecia a doma, fazia-lhe parecer vivo. A criatura de dentes ferozes avançaria num arco, da esquerda para a direita, buscando abocanhar com ferocidade ao menos dois dos oponentes que estivessem mais próximos, e que não fossem os escolhidos pelos aliados, se possível em fileira¹.

– Você... – Mesmo que não tivesse finalizado os alvos com seu contra-ataque, Hisoka já mirava a próxima vítima. Suas íris refletiam a figura do grandalhão, aquele da espada gigantesca. Seu semblante estava tomado por uma enorme euforia, como se estivesse segurando os nervos para que não avançasse. – Você me parece ser o mais forte! – E ele não segurou; após flexionar os joelhos, seus calcanhares deixaram o solo num impetuoso avanço na direção do ciclópico. Sua aura exalava sua fome de sangue, que era engrandecida pela rapidez que parecia distorcer seu rosto. Sua movimentação seria imprevisível, em zigue-zague, adequando a última passada a alguma eventual tentativa de ataque do inimigo; isto é, iria pelo lado contrário a um possível golpe na vertical. Por sua vez, se viesse na horizontal, altura média, deslizaria pelo chão como num carrinho, de corpo rente ao solo, longe do alcance da lâmina. Tudo isso para que, assim que tivesse o devido equilíbrio retomado, firmasse as plantas dos pés no soalho, de base postada, rotacionando o tronco junto ao braço destro, cuja mão viria de palma exposta, na intenção de atingi-lo com a região mais dura do membro direto em seu diafragma. O patife queria sentir a pele do oponente reverberar em contato com a sua, numa onda de choque celeste que o faria ter certeza que o acometera com agravos. – Tesshou!! – Por fim, jogaria o peso do corpo para trás, suscitando um recuo em quatro cambalhotas para uma região segura, em que não houvessem inimigos num raio de seis metros.




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¹ Se eu não estiver errado em meus cálculos, a técnica "Meiton: Kibishi Jajimento" terá 140 de dano total. São 80 de Chakra drenados acrescidos de 50 de chakra do usuário (que aumenta em 60 o dano); a propósito, por falar nela, sua descrição cita "Após absorver uma técnica inimiga com o jutsu Meiton: Kyūketsukō", como se somente fosse possível usá-la com a técnica mencionada, mas é óbvio que seria com qualquer chakra absorvido pelo Meiton. Acontece que eu criei o Kibishi Jajimento antes, então ainda não havia outras técnicas para mencionar; enfim, depois pedirei a edição da descrição para evitar esse probleminha.

Adendos:
– Personagem com IV em Velocidade, V em Taijutsu e I em Constituição em virtude do Estilo de Luta Ryusui Gansai Ken ativo.
– Ganhos de Chakra/Stamina: Pílulas de Ração Militar (20) [3/5].
– Dreno de Chakra: Shimogakure no Jutsu (40), Shunka Shūtō (40), Tesshou (30).
– Gasto de Chakra: Meiton: Kibishi Jajimento (130).
– Gasto de Stamina: Ryusui Gansai Ken (5), Tesshou (30).

Estilo de Luta:

Técnicas Utilizadas:

Ao contrário do que Hisoka esperava, o grandalhão não o atacou durante seu avanço. Pelo contrário, ele manteve-se postado de pé, sem mexer praticamente um músculo sequer. Então, quando o habilidoso lutador foi ao seu encontro, ele viu seu golpe ser barrado por aquela portentosa lâmina. Hisoka sentiu seu punho tremer junto ao metal, que gritou ao receber o ataque, ainda que o tenha aguentado bem. – Tsc! – Resmungou, afastando-se. No recuo, apertou os olhos. Não estava ficando louco; ele podia jurar que vira, por um pequeno momento, o braço daquele homem adquirindo uma tonalidade mais escura, como se sua pele deixasse de ser pele. O que foi aquilo...? Apesar da imagem que ficava à memória, tinha poucas pistas sobre o que pudesse ser. A única informação que podia atinar era que aquilo, de alguma maneira, parecia ligada a sua estupenda capacidade defensiva, mas como? Bem, para saber isso ele precisaria forçá-lo um pouco mais.

Do outro lado da doma, a visão periférica do Fantasma o permitiu vislumbrar Isis se saindo bem contra seu adversário. Se a batalha continuasse daquela forma, ela o venceria logo logo. Hisoka precisava fazer o mesmo. Suas mãos coçavam para que se elevasse ao máximo contra aqueles inimigos, que pareciam dispor de uma habilidade única cada um. Queria testar todos. Ainda assim, pouco viu da peleja da espadachim. A bruma de outrora tratou de tomar conta do ambiente outra vez junto àquela estranha sensação térmica de vai e vem de quente e frio. – Essa vadia ainda não aprend- – Sua mão esquerda já estava sendo elevada para que absorvesse a nova névoa, quando ele ouviu o sibilar da lâmina inimiga rasgar o ar. Seus olhos esgazearam átimo antes de Hisoka intentar seu movimento defensivo. Como!? Ele está a metros daqui! Usaria seu estilo de luta, ainda que não precisasse requisitá-lo ao máximo, levando em conta o ângulo de ataque do oponente. O pé esquerdo de sua base rotacionaria em sentido anti-horário, abrindo o compasso. Desta forma, diminuiria a superfície de contato com o golpe descendente, pois ficaria de lado, não mais de frente. Todavia, não seria a única medida tomada. Seu braço canhoto hastearia, de punho voltado para fora. Assim, as costas dos dedos seriam usadas para defletir a lâmina alguns centímetros mais longe de sua pele ao atacar a lateral da arma, na região sem fio.


– Entendo... – Uma gota de suor escorreria à têmpora, enquanto uma arfada seria liberada diante dos lábios tortuosos, num misto de enternecimento e deslumbre. Havia sido por muito pouco. – Você consegue aumentar o tamanho dessa merda... O mais faz, ein!? Deixa ela mais dura!? É como seu pau essa porra!? – Apesar das provocações, aquela montanha mantinha-se rígida como pedra; ou aço. Não parecia dispor de emoções, quase como se não fosse humano. Bem, independentemente de qual truque ele usasse para manipular aquela espada, Hisoka tinha compreendido que não havia mais algo que ele pudesse chamar de distância segura. Poderia estar a quilômetros dali que ele faria aquela espada o alcançar. Porém, havia um gigantesco ponto fraco: velocidade. Quanto maior a lâmina, mais difícil de controlar sua trajetória com celeridade, tarefa que se tornava ainda mais árdua com todo o tamanho de seu empunhador. – Que seja... – Hisoka trabalhava na concepção de uma nova estratégia à mente enquanto, aproveitando o curto momento de quietude, sugava a névoa mais uma vez¹. Agora, entretanto, não a disparou de volta contra os oponentes. – Boa sorte tentando criar outra dessa sem morrer. – Fuzilou a loira com seu olhar, que, de tão exausta, mal conseguia ficar de pé. Ainda lhe era estranho tamanha insistência, mas ele não tinha tempo para matutar com aquilo naquele momento. Seu foco estava no gigante à frente. – Vamos lá, grandão... Round dois! – Os lábios se tencionaram num semblante onusto de êxtase pelo combate ao passo que seus punhos giraram à frente do corpo, de dedos relaxados, acompanhando os braços que se moviam como numa dança, carregando consigo a característica trilha cerúlea de seu estilo de batalha, até enfim cerrarem ao lado do tronco.


– Ryusui Gansai Ken... – E lá iria O Fantasma Atroz outra vez, agora tendo sua movimentação contemplada por um fulgor cor de safira. O lutador investiria de frente contra o brutamontes, carregando uma respiração forte e pesada. Suas ações seriam muito similares as de outrora; a poucos centímetros do alvo, firmaria os pés no chão, esquerdo à frente, e abriria o tronco, preparando o braço direito para um soco. Era provável que ele esperasse até o último momento, como antes fizera, para agir, e seria nesse instante que Hisoka o surpreenderia. Quando o pugnante notasse o homem a mover sua espada, ele flexionaria os joelhos rapidamente, lançando-se num giro fugaz para suas costas num jogo de pernas¹. A ação seria tão veloz, que, aos olhos comuns, ele estaria na retaguarda inimiga num milésimo, deixando uma mera imagem ilusória para trás para ser alvejada pela lâmina adversária. – Koga Ryusatsu Ken!!! – Seu grito de bravura ao recitar a técnica certamente atravessaria o campo de batalha. Hisoka carregava, naquele bramido, muito de sua garra e vigor, que esperavam destroçar aquela casca grossa com a força de seus punhos. E, por falar em punhos, os seus vibrariam com intensidade numa série ardente de murros, todos desferidos de forma a levar seu cem por cento em cada um deles. Os socos fariam marcas expressivas nas costas do homenzarrão, como se elas estivessem sendo atingidas por balas de canhão, gerando ondas de choque que vibravam sua pele, expulsando o suor outrora colado à epiderme.


Ao final da série, Hisoka recuaria com três saltos para trás, distando-se cerca de três metros. Resfolegava bastante, limitando-se a observar o estado do oponente a sua técnica. Aquele era um de seus jutsus mais fortes, não somente pela sua capacidade física, como também pela sua capacidade espiritual, isto é, a capacidade de desestabilizar o sistema de chakra do alvo. Portanto, mesmo que ele pudesse sair sem muitos danos em seu corpo, devido sua enorme resistência, talvez não tivesse a mesma sorte com sua "alma", por assim dizer.



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¹ Utilizada a técnica "Meiton: Kyūketsukō".
² Utilizada a técnica "Kage Buyo".

Adendos:
– Personagem com IV em Velocidade, V em Taijutsu e I em Constituição em virtude do Estilo de Luta Ryusui Gansai Ken ativo.
– Ganhos de Chakra/Stamina: Pílulas de Ração Militar (20) [4/5].
– Dreno de Chakra: Shimogakure no Jutsu (40), Ryusui Gansai Ken: Koga Ryusatsu Ken (60).
– Gasto de Stamina: Ryusui Gansai Ken (5), Kage Buyo (10), Ryusui Gansai Ken: Koga Ryusatsu Ken (48).

Estilo de Luta:

Técnicas Utilizadas:

– Argh... Argh... – Os olhos de pálpebras caídas, cansadas, observaram o grandalhão ruir após seu ataque, somente não indo ao chão por conta de sua arma que usada como uma muleta improvisada. – Ora, ora... – Após a última arfada de resfôlego, Hisoka sorriu. O adversário durão não era tão durão assim afinal. Os lábios em riso, porém, não tardaram a esboçar, junto a todo o rosto, certa surpresa. Uma poderosa troada pôde ser ouvida e o estremecer que a sucedeu parecia mostrar que aquele local não ficaria estável por muito mais tempo. A lava!? Pensou, passeando as íris pelos arredores, ainda sem muito entender o que acontecia. Nesse instante, um vulto à periferia o fizera voltar a vista para o homenzarrão, mas suas retinas fotografaram outra coisa; era a ruiva de antes, e não parecia nada feliz. – Hahahaha! Você é a próxima então? – Hisoka cerrou os dentes numa risada insolente. Estava de prontidão para avançar na mulher quando Haru gritou, indicando que deveriam deixar o lugar antes que ele fosse consumido pelo magma. – Tsc! – De beiços tortos em desalento, o patife relaxou a postura, sugerindo que não continuaria o combate. – Que merda... De novo... – Queixou-se de ter outra peleja interrompida. Daquela vez, no entanto, havia sido ele quem tomara a decisão. Bem, Hisoka era um devoto da guerra, mas não era burro; não adiantava de nada ir de encontro ao suicídio. – Nos vemos depois, ruivinha. – Com um sorriso no canto da boca, piscou para a mulher, que já parecia bem enfurecida, provocando-a. Então, sem opções, seus pés começaram a recuar em passos à retaguarda até que se encontrasse com Isis, respondendo-a ao menear afirmativamente com sua cabeça. A seguiria mais uma vez, já que não sabia exatamente como se mover por entre aquelas passagens.

No fim, o saldo não havia sido tão ruim. Um dos prisioneiros fora recuperado, restando-lhes resgatar somente mais um. Hisoka também pôde suar um pouco contra o grandão, que o levou a ir quase no seu limite. Ele sentia que se encontrariam mais uma vez; aliás, não apenas o ciclópico, como também a ruiva e os demais. Era questão de tempo.

Tendo...? Outra vez aquele nome era citado na peleja. De olhos estreitados, Hisoka guardava uma expressão confusa no rosto, mas com requintes de curiosidade. O mais provável, era que fosse alguém com a mesma linhagem sanguínea que a sua, porém, ele nunca tinha ouvido falar sobre alguém que a compartilhava. De qualquer forma, algo lhe dizia que não levaria muito tempo para que se encontrassem.

De volta à clareira, Isis tomou a frente do combate outra vez, saltando sobre um pedregulho para ganhar um ponto de visão privilegiado, como também para ser notoriamente vista pelos demais. Enquanto um dos ex-prisioneiros fazia uma espécie de escada para auxiliar os incapazes, dois dos adversários cruzavam à retaguarda, já estando de prontidão para atacar. A movimentação deles – uma corrida frontal de peito aberto, no entanto, fisgou a atenção de Hisoka de imediato, que já imaginava o que estava por vir de tanto ver aquela tática ao longo do dia. De novo isso... Estirou o bucinador, com certa irritação. – Ninpo... Hari Senbon! – Assim que uniu as mãos no selo da cobra, suas madeixas alvas pareceram ganhar vida própria, aumentando de volume. Os fios, então, adquiriram um aspecto pontiagudo e enrijecido, como acúleos, instantes antes de serem lançados à saraivadas na direção da dupla inimiga, mirando pontos vitais, como rosto e pescoço. Havia potência suficiente para perfurar-lhes a carne sem dó e, dado a imensa numerosidade desproporcional à pequena quantidade de vítimas, certamente não teriam problema em aniquilá-los. – Tsc, esses suicidas são os mais fraquinhos. Só servem para derramarem o próprio sangue. – Balançou a cabeça em negação, desaprovando a escolha que aqueles ali tomaram. Seguiam devotamente alguém ao ponto de sacrificarem suas vidas, mas tudo isso a ganho de quê? – Uns covardes imbecis. – Guardaria alguns segundos de espera, observando se ainda estavam vivos ou se mais alguém viria, antes de reunir energia nas pernas e saltar, buscando se unir a Isis e os demais. Trocaria olhares rapidamente com o arquiteto da escadaria de pedras, a qual ignorara completamente; não podia pegar o atalho e dar a Isis o contentamento de ferir seu orgulho afinal. – Onde está o outro? – Em meio ao alarido da guerra, Hisoka perguntaria. Os olhos fixos no além, sem foco exato. A voz soava irresoluta, dando a entender que seu trabalho ali não havia acabado. Talvez os ex-refugiados não soubessem sobre quem ele falava, mas Isis e Haru, certamente.




Adendo:
– Gasto de Chakra: Hari Senbon (30).

Técnica Utilizada:

Hisoka esperava qualquer resposta, menos a que recebera somente de notar o semblante dos novos aliados. Podia sentir a dor em seus olhos, que expressavam a angústia do sentimento de traição que os consumia, Ísis principalmente. Ainda que não a tivesse conhecido há muito, havia sido a primeira vez que a vira tão furiosa. E não era pra menos. O imbróglio apenas se tornava pior quando a informação que o espadachim e sua esposa estavam sendo chantageados veio à tona. Faziam tudo aquilo pelo seu filho. E pensar que O Fantasma Atroz chegou a cogitar matar aquela mulher.

Era muita informação para Hisoka processar. O patife passou a maior parte do tempo como mero espectador, ouvindo o desabafo da dupla, às vezes de feição ríspida, desaprovando a atitude do malfeitor, noutras de olhar combalido, pensativo sobre seus motivos. Todavia, quando ouviu o nome do dito cujo sendo pronunciado mais uma vez, não conseguiu se manter calado. Já estava farto daquele ser lhe perseguindo sem que ele tivesse qualquer informação além de sua designação. – Não é a primeira vez que ouço esse nome... – Quebraria seu silêncio. A voz mais grave que o normal, pelo tempo que ficou calado. – Tendo...? Quem é? – Os olhos que, outrora vislumbravam o solo a esmo, hastearam em direção dos dois aliados à espera de uma resposta com certo rancor, quase como se fossem rivais há anos. – A ruiva mencionou que eu tenho a mesma habilidade que ele... – Completou, mas logo tratou de se retificar: – Ou melhor, ele quem tem minha habilidade. – Socou a palma da mão esquerda, de cima pra baixo. Os olhos apertados numa expressão ligeiramente infantil, trazendo, de certa forma, um ar jocoso àquela atmosfera tão tensa.

Assim que obtivesse suas respostas, seria o momento de retornar até Ron Ron. Como o outro refém era, na verdade, um traidor, Hisoka podia considerar sua incumbência concluída, e com bastante êxito. Não sabia ao certo o que faria dali em diante, mas não tinha dúvidas que havia se metido num embrulho político dos mais importunos. Bem, teria tempo para pensar. – Venham, sei onde ela está. – Revelou, seguindo em direção às Plantações de Arroz.